A co-existência

sexta-feira, abril 29, 2011

À medida que a Nega ia devorando Lilu e que Lilu ia habitando a Nega, angústia se instalava naturalmente como efeito colateral da transfusão de conteúdos. Ocupando o mesmo espaço, uma buscava o transbordamento e a outra, a concentração. Na experiência de compartilhamento essencial é comum a convivência dos intuitos conflitantes, mais rara é a superação das diferenças.
No entanto, a despeito do intrínseco processo de emparelhamento, permanecia puro o pavor da Nega pela violência, o que a transformaria numa obsessiva pela paz. Sem demora, o desconforto da co-existência passou a ser exercício pleno de empatia com a esfinge.

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