A obra libertada

quinta-feira, novembro 22, 2012


Coisa linda é ver a obra transformada. Eu sempre digo. O trabalho do Coletivo Esfinge foi, inclusive, estimulado a partir deste entendimento.

Sendo assim, tendo o conto Sem Palavras como ponto de partida, criou-se um espetáculo de Dança, um curta-metragem, vinte e um corpos foram tatuados com fragmentos da obra, outros pedaços desse texto também já circularam por 14 países (25 cidades), quase 800 posts inspirados já foram realizados no blog Nega Lilu... para citar alguns produtos artísticos que comentam, transformam e difundem a breve história romântica de Nega & Lilu.

Considerando este tripé conceitual de desenvolvimento do trabalho (comentar, transformar e difundir), uma dessas intervenções mais surpreendentes foi, sem dúvida, a da professora Ivany Neiva. A gente se conheceu no final do ano passado, por ocasião de um curso que ministrei para Gestores Culturais, realizado pela Anthropos Cia de Artes, em Brasília. Ao conhecer as artimanhas das meninas, case da minha apresentação, Ivany se colocou à disposição para participar da ação Mensagem na Garrafa.  

Esse momento chegou para ela no início deste ano, passando pela área que um dia foi ocupada pela Vila Amaury, onde ela sentiu o desejo de transformar com profundidade (e entenda-se aqui um trocadilho... rs) a obra, no ato de intervenção que tanto comentou o impacto socioambiental do Lago Paranoá sobre a Cidade, quanto difundiu uma história agora de domínio daquela comunidade apenas, e de escafandristas.

Transcrevo abaixo o e-mail em que a interventora me comunica a façanha que decide rumos mais livres para esta ação de street art.
Beijo, Ivany, querida!


a tal intervenção
http://by141w.bay141.mail.live.com/mail/clear.gifde          Ivany Neiva <neiva3@terra.com.br>
para       Nega Lilu <negalilu@gmail.com>
data       13 de janeiro de 2012 21:35
assunto            a tal intervenção
enviado por       terra.com.br


Oi, Larissa.

Hoje fui passear pela Vila Planalto e pela beira do Lago por lá, inclusive para ver onde seria bom fixar os adesivos.

Adesivossssss, porque fiz mais um...

Além daquele "Você era minha", surgiu outro — "Você é de muita gente".

Estou pensando em contar a história mais comprida no artigo final do Curso.*

Mas já te conto que pensei no "Você era minha" assim: "Você era minha vila, você era minha morada..." — pensando no que podem pensar os que moravam na Vila Amaury, aquela que está submersa pelo Lago.

E "Você é de muita gente" pode ser o pensamento de quem pensa que as ondas e o fluir das águas do Lago fazem a Vila, e tudo o que está por ali, ter virado de mais gente...


Abraços muitos, e felizes 2012!


* O artigo de Ivany Neiva será disponibilizado pelo blog Nega Lilu, bem como as fotos da intervenção.


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